Numa perspetiva etimológica, a palavra "psicologia" deriva de duas palavras gregas: "psique" + "logia" . Psique significa “alma” (ou mente) e logia que significa “estudo de”. Logo, talvez possamos encetar com uma breve definição:
A psicologia é a ciência que estuda os processos mentais (sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento humano.
Ela remonta ao séc.V a.c, quando filósofos como Aristóteles ou Platão se ocupavam de questões transversais à psique humana.
No entanto, o estabelecimento formal desta ciência deu-se em 1879, em Leipzig na Alemanha, com o primeiro laboratório de Psicologia Experimental de Wilhelm Wundt.
A montante e a jusante outros personagens ocuparam-se da mente humana e do tratamento do sofrimento. Os padres tinham um bom efeito com a logoterapia, uma terapia pela palavra. As bruxas também foram aliviando algum sofrimento com formas menos ortodoxas mas não menos interessantes.
Como ciência, erramos muito, como errou a psiquiatria e a própria medicina. Faz parte do processo. A humildade da ciência é essa mesmo, de se colocar à prova e de ir melhorando a cada dia.
Os últimos anos foram particularmente interessantes pelos avanços tecnológicos. Conseguimos espreitar para dentro do cérebro com mais qualidade.
Contudo, ver neurónios a disparar, quantificar neurotransmissores, não é ver pensamentos.
O cérebro é extremamente complexo e é o único órgão que se pensa a si próprio.
O DSM-5-TR é um livro incontornável à compreensão da saúde mental. O acrónimo significa " Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais". É um manual que permite aos psicólogos e outros clínicos diagnosticar simultaneamente com a CID- 10/11 - Classificação internacional de doenças (OMS).
Este 5, é de 5ª edição. A primeira foi publicada em 1952, tinha 130 páginas. Esta 5ª edição, publicada em 2013, 1120 páginas.
O bom diagnóstico é o primeiro passo para um bom prognóstico e consequente tratamento. No entanto, nas questões mentais está sempre inerente uma ideia de normalidade. Tudo acontece com base na comparação.
Algumas instituições, além das funções de que verdadeiramente se ocupam, emitem um novo significado sobre a ordem mundial. As prisões fazem-nos sentir mais livres e seguros, os hospitais psiquiátricos mais normais e sãos. Compartimentar a sociedade fez com que nascesse o estigma e na doença mental este ainda persiste. No entanto, creio que a ideia obsoleta de que o psicólogo é para "malucos" cai por terra e nasce um novo paradigma: que ele é indispensável ao SNS e à qualidade de vida de todos.
E Portugal, como está em questões de saúde mental?
No índice de felicidade mundial (sim, existe este ranking), estamos no 56º lugar e os nuestros hermanos em 32º. O primeiro lugar é ocupado pela Finlândia.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM): Mais de um quinto dos portugueses sofre de uma perturbação psiquiátrica (22,9%);
Entre as perturbações psiquiátricas, as perturbações de ansiedade são as que apresentam uma prevalência mais elevada (16,5%), seguidas pelas perturbações do humor, com uma prevalência de 7,9%.
Segundo o relatório do Conselho Nacional de Saúde (CNS) sobre a Saúde Mental (2019), dos 29 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal é destacado como o quinto país que mais consome antidepressivos, com uma taxa de consumo que é o dobro de países como a Holanda, Itália e Eslováquia.
Não devemos, contudo, diabolizar os psicofármacos, aliás, as terapêuticas medicamentosas concomitantes com as psicoterapêuticas são as que obtêm melhores resultados. E é graças a estes medicamentos que conseguimos obter a funcionalidade em variadíssimos transtornos e atenuar o sofrimento de milhares de pessoas.
A prescrição não é a única ferramenta do médico psiquiatra mas é indiscutivelmente uma excelente ferramenta do seu armamentário terapêutico. A ideia de forte e de fraco também é algo que deve cair. Ninguém é mais forte ou fraco por ir ao psicólogo ou psiquiatra. A ideia principal é que deve haver humildade e responsabilidade por procurar ajuda. E todos nós passamos por momentos menos bons na vida.
A figura do psicólogo foi-se transformando pelo olhar de quem o vê. Ora um luxo, ora uma necessidade. Ele pode ser um elemento coadjuvante noutras terapêuticas mas também obtém uma posição de destaque na saúde mental pois é especialista
na etiologia, classificação, diagnóstico, epidemiologia e intervenção dos transtornos mentais e dos aspectos psíquicos de doenças não mentais - Psicólogo Clínico.
É avaliador nas questões do Direito - Psicólogo Forense.
É otimizador de resultados em atletas - Psicólogo do desporto
É perito em mecanismos de aprendizagem em crianças e adultos - Psicólogo da educação
E dedica-se ao estudo das atividades laborais - Psicólogo do Trabalho e das Organizações
Quando devo ir ao psicólogo?
A consulta de psicologia oferece um espaço sigiloso e confidencial, que permite aos seus clientes falar de questões (por vezes íntimas) que não conseguem ser discutidas com outros elementos da família ou amigos.
Sempre que alguém está em dúvida, em sofrimento ou precisa de otimizar resultados interpessoais, o psicólogo está ao serviço. Sem julgamentos ou viéses ideológicos.
Quantos psicólogos são precisos para mudar uma lâmpada? 1, é preciso é que a lâmpada queira ser mudada.
Na SEA Soluções temos consultas de psicologia para o ajudar. Marque a sua consulta.





