A PROBLEMÁTICA DE QUEIXAS RESPIRATÓRIAS

As doenças ocupacionais respiratórias dizem respeito a um grupo de doenças pulmonares, que causam sintomas respiratórios, e que têm na sua origem alguma exposição prolongada – laboral ou ambiental – com inalação de substâncias nocivas para o pulmão. As doenças ocupacionais respiratórias são um importante problema de Saúde Pública e têm sido amplamente estudadas nos últimos anos, existindo já medidas postas em prática para diminuir a sua prevalência.

Quais as substâncias responsáveis pelas doenças ocupacionais respiratórias?

São várias as substâncias que podem causar doenças ocupacionais respiratórias e têm variado ao longo das décadas. Podemos dividir estas doenças em dois grupos, as pneumonites de hipersensibilidade (ou alveolite alérgica extrínseca) causadas por inalação de matérias orgânicas e as pneumoconioses, causadas por inalação de substâncias de origem mineral (p.e. asbesto, sílica, berílio e carvão). Qualquer substância que seja pequena o suficiente para andar dispersa no ar, pode ser inalada, alojar-se nos pulmões e levar a inflamação e alterações locais, com possível evolução para doença.

O DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIA RESPIRATÓRIA 

É obrigatório a participação de doença diagnosticada, do foro respiratório, relacionada com a exposição ambiental a substancias no local de trabalho.

O que é uma Doença Profissional?

Toda a doença contraída pelo trabalhador na sequência de uma exposição a um ou mais fatores de risco presentes na atividade profissional, nas condições de trabalho e/ou nas técnicas usadas durante o trabalho designa-se por doença profissional. O Decreto-Regulamentar n.º 76/2007, de 17 de julho, publica a "Lista das Doenças Profissionais" que integra 5 capítulos distintos: doenças provocadas por agentes químicos; doenças do aparelho respiratório; doenças cutâneas e outras; doenças provocadas por agentes físicos; doenças infeciosas e parasitárias.

Qualidade do Ar Interior(QAI)

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos refere que a Qualidade do Ar Interior é referente à qualidade do ar dentro e em redor dos edifícios e estruturas, especialmente no que se refere ao conforto e saúde dos ocupantes.

A avaliação da qualidade do ar interior é fundamental de modo a garantir a saúde dos trabalhadores. Os locais de trabalho a que os trabalhadores se encontram expostos têm de se encontrar salubres de forma a garantir a sua saúde, desempenho e diminuição do absentismo. Não contendo contaminantes em concentrações elevadas, de modo a prejudicar a saúde. O ar interior deve ser avaliado periodicamente de modo a garantir estas condições.

Existem diversos contaminantes associados à QAI, sendo de diversas naturezas como: Agentes Químicos; Agentes Físicos; Agentes Biológicos.

Referente à QAI, a humidade e ventilação deficiente podem levar a um excesso de humidade, podendo provocar, em qualquer tipo de material, o crescimento de microrganismos, tais como, fungos e bactérias responsáveis. Esta ocorrência também pode levar a um aumento de compostos orgânicos voláteis (COVs) no meio ambiente. A ventilação adequada é um fator fundamental para o controlo da humidade e a prevenção da contaminação do ar ambiente.

A Portaria 353-A/2013, de 4 de dezembro, relativa à ventilação e qualidade do ar interior (QAI), determina que a fiscalização da QAI, em grandes edifícios de comércio e serviços, deva ser efetuada pela Inspeção Geral do Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT) e de acordo com metodologia a estabelecer pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

 

Efeitos da Qualidade do Ar Interior

No âmbito da Qualidade do Ar Interior podem surgir 2 situações que dependem dos sintomas dos ocupantes. O Síndrome do "Edifício Doente" (SED) e Doenças Relacionadas com o Edifício (DRE).

  • Síndrome do Edifício Doente

    • Sintomas relacionados pelos ocupantes com a permanência do edifício;

    • Não é possível identificar as causas dos sintomas;

    • Sintomas desaparecem quando os ocupantes abandonam o edifício.

  • Doença Relacionada com o Edifício

    • Possível identificar as causas dos sintomas apresentados, relacionado com a concentração dos poluentes;

    • Sintomas demoram a desaparecer após os ocupantes abandonarem o edifício.

Os efeitos na saúde dos ocupantes presentes num ambiente com uma Qualidade do Ar Interior inadequada são variados e dependem do agente em questão.

Existem vários parâmetros na QAI que são passíveis de ser avaliados:

  • Partículas em suspensão(fração PM10)

  • Partículas em suspensão (fração PM2.5)

  • Compostos Orgânicos Voláteis Totais (COVs)

  • Monóxido de carbono (CO)

  • Formaldeído(CH2O)

  • Dióxido de carbono (CO2)

  • Radão

  • Velocidade do ar

  • Bactérias

  • Fungos

  • Legionella spp

  • Temperatura

  • Humidade relativa

  • Caudais de ar novo

Uma Avaliação da Qualidade do Ar Interior permite:

  • Caracterizar a qualidade do ar interior

    • Identificar os poluentes existentes e a sua concentração

    • Determinar o caudal de ar novo existente

  • Garantir a saúde dos ocupantes

    • Aplicação de soluções/medidas de prevenção/proteção e controlo

  • Garantir o cumprimento com o estipulado na legislação

    • Cumprimento do valor de caudal de ar novo

    • Cumprimento dos limiares de proteção e condições de referência dos poluentes

Agir antes de reagir é a solução! Contacte-nos.

 

Dra. Maria Fátima Graça
Diretora Clínica
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